Sempre pensei em casar. Quando criança, queria o típico casamento da Disney, encantada pela princesa morena de a Bela e a Fera. Com o passar dos anos, o sonho era um casamento de temperaturas amenas no campo, com luzinhas espalhadas por todos os lados.
Mas como a vida real é mais emocionante que a dos sonhos, casei em uma casa de festa infantil no meio do típico calor de um janeiro que marcaria o início das mudanças na minha vida. Ah, casei com um vestido de princesa, mas o horário não permitiu luzinhas espalhadas pelo salão.
A verdade é que essas expectativas resumiam-se ao lado mais superficial do casamento. Aos detalhes visuais. Às imposições das redes sociais de usar a cor x, ter a banda y, comprar o item z. Ao parecer e não ao ser.
Tais escolhas aconteceram no seu tempo. Deixei que tudo acontecesse naturalmente – e não me importei se a madrinha queria usar a cor que não era exatamente aquela que eu tinha visto, ou se a cor das gravatas dos padrinhos seria exatamente a mesma.
No fim, as cores das madrinhas se harmonizaram, a música (talvez) tenha tocado na ordem certa, o (primeiro e único) vestido (provado) ficou perfeito.
Para ser sincera, cá entre nós, as minhas (reais) ideias de casamento estavam mais relacionadas às experiências. Eu planejava com o que não era material. Eu imaginava os meus pais emocionados no altar. Eu imaginava estar rodeada de carinho e felicidade. Eu imaginava um noivo que estivesse disposto a construir uma parceria com amor e respeito. Eu imaginava meus amigos e minha família se divertindo.
E foi isso que eu tive.
Sobre detalhes técnicos, não fui uma noiva nervosa, não perdi a calma, não surtei. O casamento foi algo natural, resultado de seis anos de namoro e de planos de se mudar para o velho continente. Noivamos no dia dos namorados e, por motivos práticos, casamos no civil no final de julho.
Mas faltava realizar o sonho de dividir a experiência com aqueles que amamos. De um jeito meio corrido, em meio aos preparativos para mudar de vida, resolvemos casar, na igreja, com festa, com vestido, com espumante. Escolhemos o dia 13.01 pois era o único em que o Guilherme poderia fotografar.
E nada teria acontecido sem a ajuda dos amigos, das famílias, dos alunos. O que eu vi nos meses anteriores ao casamento foi tanta demonstração de amor que eu não cabia em mim. Foram os padrinhos e as madrinhas ajudando com a filmagem e organizando as despedidas de solteiro.
Foi família presenteando com as fotos pré-casamento, com a organização e com a decoração da festa. A ajuda veio de todos os lados, e o grande dia acabou sendo não só uma celebração do meu amor e do Ramiro, mas de todos que nos rodeavam.
No dia do casamento, era primeiro hora de se arrumar. Foto com as madrinhas, espumante, maquiagem, cabelo, espumante, foto instantânea para o topo do bolo, batom, vestido, brinde, foto com as mães, mais um brinde, segura o choro, retoca o batom. A ansiedade ia aumentando conforme as horas passavam. No momento que meu pai veio me buscar, a emoção começou a falar mais alto.
Era hora de ir para a igreja e viver o grande dia.
Quando a famosa marcha nupcial começou a tocar, entrei em estado de felicidade total. Eu estava ali e o Ramiro me esperava para iniciarmos uma nova etapa em nossas vidas.
Durante a cerimônia, fiquei muitas vezes emocionada com o significado de tudo o que estávamos fazendo e com as palavras do padre – não se ama mais ou menos, se ama por inteiro, com intensidade, com o apoio da família e dos amigos.
E casamos.
Depois de toda essa entrega espiritual, era hora da festa. Sem maiores cerimônias, sem firulas. Entramos, discursamos, brindamos. Agora era a hora de beber, comer, dançar, e, como foi evidente durante toda a festa, chorar.
Chorar de felicidade, de saudades antecipadas, de amor. Ah, as lágrimas. Chorei na igreja, chorei quando agradeci a presença de todos, chorei com o discurso da minha mãe e do meu irmão. Aliás, era só eu falar com meu irmão que eu chorava (e choro agora também, de saudades desse dia e de todos).
MAS NEM SÓ DE LÁGRIMAS FOI O DIATeve muita risada, muito chão-chão-chão, muita pista de dança lotada, muita animação na hora de jogar o buquê, muitos shots de whisky e licor.
O FIM?
E depois de 11 horas de cerimônia e festa, tivemos que, infelizmente, terminar a noite.
Novamente, o que eu vi nessa hora foi mais uma demonstração de carinho. Ninguém queria ir embora. Porém quem ficou ajudou, inclusive, a desmontar a festa e a planejar o after. Porque, quando tem tanto amor envolvido, é preciso ser sem-fim.
O casamento foi a celebração do nosso amor e da nova etapa das nossas vidas.
Mais do que nunca, agora caminhamos juntos e construímos as nossa vida sabendo que temos raízes fortes que nos sustentam.
por Cláudia Strey.
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E para ver esse casamento completo,